terça-feira, 5 de julho de 2011

Após terremoto, água quente que sai do solo preocupa cidade do Japão

Iwaki possui diversos vazamentos de água quente, que surgiram após um choque secundário que teve epicentro perto da cidade, depois do terremoto de março. A água vem do subterrâneo e é aquecida pela energia interior do planeta.
O terremoto que atingiu o Japão em março traz agora um perigo novo que vem do subsolo. Quem explica é o correspondente Roberto Kovalick.

A água escorre de vários buracos embaixo do prédio. Poderia ser um vazamento qualquer, mas alguns sinais indicam outra origem: as marcas cor de laranja são provocadas pela alta concentração de ferro e outros minerais, e a água é morna.

Dona Chie, a dona do prédio, conta que prefeitura instalou tubos para canalizar a água, mas ela está preocupada porque parte do solo afundou e ninguém sabe como fazer a água parar de jorrar.

A água que está vazando vem do subterrâneo. É uma fonte termal, aquecida pela energia do interior do planeta ou pelo contato com o magma, a rocha fundida embaixo da terra que, quando expelida por um vulcão, se transforma em lava.

O Japão é um dos países com o maior número de fontes de água quente no mundo, chamadas de Onsen. São 28 mil e os japoneses adoram tomar banho nelas.

Um tubo, que era a saída de ar de uma mina abandonada, virou uma imensa fonte. A área está cercada, é proibido chegar perto. A água sai a uma temperatura de mais de 50°C e forma uma espécie de córrego. Mesmo depois de percorrer um bom trecho do terreno, a água ainda está muito quente.

A água é esbranquiçada, está misturada com ácido sulfídrico, que, em grandes quantidades, pode ser venenoso, e tem um forte cheiro de ovo podre. Os vazamentos de água quente de Iwaki surgiram depois de um choque secundário, que teve epicentro bem perto da cidade, e está relacionado ao terremoto do dia 11 de março.

O professor Nobuhiro Shiotani, do centro de pesquisas de terremotos, explica que os tremores fizeram o solo do Japão se comprimir em alguns lugares e se expandir em outros. Isso fez surgir as fontes. Algumas que já existiam secaram ou a água mudou de temperatura.

O professor diz que algumas fontes vão voltar ao normal naturalmente, mas, em outros casos, a mudança na paisagem pode ser definitiva.
Fonte: Jornal Nacional

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