Iwaki possui diversos vazamentos de água quente, que surgiram após um choque secundário que teve epicentro perto da cidade, depois do terremoto de março. A água vem do subterrâneo e é aquecida pela energia interior do planeta.
O terremoto que atingiu o Japão em março traz agora um perigo novo que vem do subsolo. Quem explica é o correspondente Roberto Kovalick.
A água escorre de vários buracos embaixo do prédio. Poderia ser um vazamento qualquer, mas alguns sinais indicam outra origem: as marcas cor de laranja são provocadas pela alta concentração de ferro e outros minerais, e a água é morna.
Dona Chie, a dona do prédio, conta que prefeitura instalou tubos para canalizar a água, mas ela está preocupada porque parte do solo afundou e ninguém sabe como fazer a água parar de jorrar.
A água que está vazando vem do subterrâneo. É uma fonte termal, aquecida pela energia do interior do planeta ou pelo contato com o magma, a rocha fundida embaixo da terra que, quando expelida por um vulcão, se transforma em lava.
O Japão é um dos países com o maior número de fontes de água quente no mundo, chamadas de Onsen. São 28 mil e os japoneses adoram tomar banho nelas.
Um tubo, que era a saída de ar de uma mina abandonada, virou uma imensa fonte. A área está cercada, é proibido chegar perto. A água sai a uma temperatura de mais de 50°C e forma uma espécie de córrego. Mesmo depois de percorrer um bom trecho do terreno, a água ainda está muito quente.
A água é esbranquiçada, está misturada com ácido sulfídrico, que, em grandes quantidades, pode ser venenoso, e tem um forte cheiro de ovo podre. Os vazamentos de água quente de Iwaki surgiram depois de um choque secundário, que teve epicentro bem perto da cidade, e está relacionado ao terremoto do dia 11 de março.
O professor Nobuhiro Shiotani, do centro de pesquisas de terremotos, explica que os tremores fizeram o solo do Japão se comprimir em alguns lugares e se expandir em outros. Isso fez surgir as fontes. Algumas que já existiam secaram ou a água mudou de temperatura.
O professor diz que algumas fontes vão voltar ao normal naturalmente, mas, em outros casos, a mudança na paisagem pode ser definitiva.
Fonte: Jornal Nacional
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