Faz pouco mais de quatro meses que um terremoto e um tsunami devastaram a costa leste do Japão. Foi uma tragédia que o mundo inteiro acompanhou. Mas o Japão é um país acostumado com tremores de terra. E, por isso mesmo, os japoneses foram obrigados a desenvolver formas de se proteger.
O correspondente Roberto Kovalick mostra que essa preocupação acabou evitando que o desastre fosse ainda maior.
Quando ficar pronta, no começo do ano que vem, a nova torre de TV de Tóquio terá 634 metros de altura. Será a segunda maior estrutura do planeta, perdendo apenas para o arranha-céu Burj Khalifa, em Dubai.
No meio da torre de TV de Tóquio, haverá lojas e restaurantes. Agora, você almoçaria tranquilo a mais de 300 metros de altura sabendo que, na capital japonesa, a qualquer momento pode acontecer um terremoto?
Para evitar que a gigantesca torre despenque com um terremoto, os engenheiros e arquitetos japoneses criaram novos e revolucionários sistemas de proteção.
Um deles é um pêndulo de concreto de 350 metros, bem no meio da torre. Quando ocorre um terremoto, a torre vai para um lado e ele para o outro, absorvendo metade da força do tremor.
A casa do engenheiro Kenji Higuchi tem uma tecnologia que parece de ficção científica. Quando ocorre um terremoto, ela começa a flutuar. Lá dentro, há um sensor de terremotos. Do lado de fora, tanques de ar comprimido.
Quando o sensor percebe um terremoto, aciona o sistema, que injeta ar embaixo da casa. Ela fica em cima de uma espécie de balão, ligada ao solo apenas por abas laterais de aço, que impedem a saída do ar.
Os encanamentos de água e esgoto têm sanfonas para não se romperem quando a casa é erguida.
Um teste feito com o equipamento, simulando um terremoto, mostra que a casa fica a 50 centímetros do solo.
Se não fosse a régua e o barulho nem dava para perceber que a casa foi erguida.
O engenheiro conta que, no terremoto do dia 11 de março, ele estava lá dentro e só viu que o tremor era forte porque os prédios em volta balançavam.
"Minha mãe", diz ele, "dormia no segundo andar e nem acordou. Só ficou sabendo da gravidade quando viu na televisão.
Foi graças a tecnologias como essas que Tóquio passou quase intacta por um terremoto que teria arrasado qualquer outra metrópole fora do Japão.
Fonte: Jornal Nacional
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