sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Apesar da proibição, brasileiros no Japão continuam enviando alimentos para o Brasil

A resolução já tem seis meses, mas muita gente continua mandando pacotes para familiares com algas, balas e biscoitos japoneses
Desde abril, o Brasil proíbe a entrada de produtos alimentícios enviados do Japão. A resolução já tem seis meses, mas muita gente continua mandando os pacotes, na esperança de abastecer os familiares com algas, balas e biscoitos japoneses.

Todo mês um galpão dos Correios de São Paulo recebe cerca de oito mil caixas do Japão. Cem acabam retidas e precisam ser devolvidas ao destinatário, porque trazem um item hoje proibido no Brasil: alimentos japoneses.

Segundo Niltom Murai, da Receita Federal em São Paulo, não é permitida a entrega ou recebimento de produtos alimentícios no Brasil oriundos do Japão depois do acidente da usina nuclear de Fukushima Daiichi.

A medida foi tomada em abril, um mês depois do terremoto seguido de tsunami e crise nuclear que atingiram o Japão.

Todas as caixas procedentes do exterior já eram checadas. Com a resolução, a atenção redobrou.

“Todas as encomendas são testadas e passadas por raio-x para detectar que tipo de encomenda é. As remessas postais passam por raio x, quando se trata de alimento. A gente separa para que a Anvisa possa dar o seu parecer”, explica.

Se contiver alimentos do Japão, a caixa sai da esteira a segue para análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Depois, a caixa é entregue aos Correios para que a empresa faça a devolução ao destinatário. Só pelo raio-x é possível detectar alimentos.

Se persistir a dúvida, as caixas são abertas e os fiscais da receita acabam descobrindo algumas irregularidades.... como armas de brinquedos e produtos tributáveis descobertos durante esta reportagem.

Por um vaso de bonsai, o destinatário deve pagar no mínimo 100 dólares de imposto.

Segundo Murai, a tributação vale para qualquer produto acima de 50 dólares, com exceção de livros e remédios, que estão isentos.

Produtos alimentícios sempre foram tributados quando entram nessa faixa de valor. Só que agora, com a resolução pós-terremoto, nem pagando imposto eles entram no país.

Para quem pensa em enviar algas, pacotes de balas e outros alimentos do Japão para abastecer a família no fim de ano é melhor repensar.

“Solicitamos para enviarem outros produtos para o Brasil. Eles (parentes e amigos) vão ficar muito felizes e não decepcionados porque mandaram alimentos que ele não vai poder utilizar”, comenta.

A situação deve continuar assim, pelo menos até o Japão garantir a segurança total de seus produtos alimentícios.
Fonte: IPC Digital

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