sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Hiroshima realiza cerimônia para marcar o 76º aniversário da queda da bomba atômica

O primeiro-ministro Yoshihide Suga participou da celebração

Hiroshima
Na manhã do dia 6 de agosto, pouco depois das 8h, uma bomba atômica detonou sobre a cidade de Hiroshima, há 76 anos, causando milhares de mortes e um nível de destruição nunca visto até então. Nos tempos de paz, o Japão realiza neste mesmo dia e horário uma cerimônia em memória dos mortos, ao mesmo tempo em que insiste para que aquela tragédia jamais se repita. 

Na cerimônia deste ano, o primeiro-ministro Yoshihide Suga marcou presença. Segundo o jornal Chugoku, Suga disse o seguinte: "O Japão adere aos Três Princípios Não Nucleares, mas há diferenças nas posições de cada país sobre como proceder com o desarmamento nuclear sem armas nucleares."

Um incidente, porém, foi notado pela imprensa local. A NHK publicou que Suga havia pulado uma página de seu discurso e por isso parou de exibir legendas durante sua fala. 

Suga acabou se desculpando por pular acidentalmente partes do seu discurso. "Quero aproveitar esta ocasião para me desculpar por ter pulado algumas partes do meu discurso na cerimônia", disse Suga em uma coletiva de imprensa realizada após a cerimônia.

Parque da Paz

Participaram da cerimônia representantes dos sobreviventes da bomba atômica e famílias enlutadas, além de representantes de cerca de 90 países, segundo a NHK. 

Devido à pandemia do coronavírus, a cerimônia não pôde contar com grande número de participantes. 

Às 8h15, quando a bomba foi lançada, todos os presentes fizeram uma oração silenciosa.

O Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares, que proíbe o desenvolvimento, a fabricação e o uso de armas nucleares, entrou em vigor em janeiro, mas nações que possuem armas nucleares e países protegidos sob este chamado “guarda-chuva nuclear”, como é o caso do Japão, não são signatários.

A idade média dos sobreviventes da bomba atômica é agora de quase 84 anos e, à medida que a população envelhece, a questão é como transmitir as memórias dos sobreviventes da bomba atômica para a próxima geração.

Durante o ato, o Parque da Paz ficou fechado para o acesso público. Após às 9h foi reaberto. 

Um homem de 73 anos que residia a 2 quilômetros do ponto onde a bomba explodiu disse que sua mãe, irmão e irmã foram vítimas da bomba. “Já se passaram 76 anos desde o fim da guerra e, durante esse tempo, não acho que esta paz, na qual o Japão vive, deva ser tomada como certa", comentou. 

Uma mulher de 83 anos, que perdeu o marido na tragédia, disse: "Não acho que esse tipo de coisa deva acontecer novamente. Então gostaria de contar a história a vocês de agora em diante para que as memórias não desapareçam."

Outra mulher, de 71, perdeu sua avó na explosão. Ela orou perto do rio Motoyasu, junto do local onde a bomba explodiu, e disse o seguinte: "Eu tenho que pensar sobre o significado de ter nascido em Hiroshima. Temos que pensar sobre isso. Espero muito pela abolição das armas nucleares."
Fonte: Alternativa com Reuters

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