segunda-feira, 28 de março de 2011

Crise faz japoneses mudarem rotina

No país inteiro, pessoas demonstram solidariedade em ações do dia a dia
O terremoto e o tsunami que atingiram o Japão em 11 de março, e a crise nuclear em Fukushima Daiichi, continuam a provocar efeitos no cotidiano japonês. Há a preocupação em economizar energia e também dinheiro, pois as consequências na economia ainda não estão totalmente claras.
A imprensa internacional tem destacado a organização e a aparente calma dos japoneses diante da situação. Além disso, há um outro sentimento, que o The New York Times identificou como “jishuku”, que significa aproximadamente “auto-controle”.
Esse comportamento está relacionado à solidariedade geral em relação ao momento difícil por que passa o país. Como exemplo, o jornal americano cita um campeonato de baseball colegial em Osaka, que fica mais ao sul do Japão. Na torcida, não há músicas de bandas; para aplaudir, as pessoas apenas batem cornetas de plástico uma na outra.
No Japão, agora é primavera, época em que as pessoas costumam fazer piqueniques sob árvores de sakura (cerejeira) e assistir aos fogos de artifício. Porém, muitos desses eventos foram cancelados. Casas noturnas e outros estabelecimentos de lazer também tiveram o movimento reduzido. “O movimento é o pior em sete anos, mas não adianta se desesperar. Afinal, é o país todo”, disse Robert Regonati, proprietário do DNA Rock Cafe, na província de Ishikawa.
A brasileira Silvia Yamawaki, moradora de Yokohama, disse que “o movimento na cidade está um pouco menor. É possível notar algo diferente no rosto das pessoas; elas não parecem à vontade para passear ou ficar muito tempo fora de casa em restaurantes, por exemplo”.
Outro fato foi o aumento das vendas de bicicletas em Tóquio, o que pode ser explicado pelo receio da paralisação de trens e pela economia de energia e combustível. “Sempre soube que a bicicleta era útil, mas nunca havia pensado em usá-la para ir ao trabalho. Agora, não sei por que não fiz isso antes. A distância é muito menor do que eu pensava”, disse um trabalhador de 35 anos ao jornal Asahi.
Entretanto, o aumento de bicicletas pode trazer um problema. No Japão, as pessoas costumam prendê-las usando correntes e cadeados em grades ou cercas nas calçadas próximas às estações de trem ou metrô – o que geralmente é proibido. Porém, no caso de alguma emergência, essas vias deveriam estar livres de qualquer obstáculo.
Fonte: Made in Japan

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